A vida da criança é marcada por sofrimento e abusos. Ainda bebê, ela foi estuprada pelo padrasto, que foi preso e morreu na cadeia. "Eu trabalhava num restaurante na Praia do Suá e quem ficava com a minha filha era a mãe dele. Só que um dia, ela se ausentou, a deixou sozinha e foi quando isso aconteceu. Ele pegou nove anos de cadeia e lá os presos o mataram. Já tem cinco anos que ele faleceu por conta disso", contou a mãe da criança que não quis ser identificada.
O drama do passado voltou anos depois. Agora aos 11 anos, a menina diz ter sido violentada novamente. Desta vez o acusado é o irmão do atual padrasto. "Eu nunca pensei que o meu irmão poderia fazer uma coisa dessa. Eu tinha tanto carinho por ele. Agora eu quero que ele pague pelo o que ele fez. Vai ter que pagar, isso não é coisa que se faça. Eu tenho 43 anos e nunca pensei em fazer mal a ninguém. Agora ele vai pagar caro pelo que fez. É meu irmão, mas eu quero justiça. Isso não se faz com uma criança", disse o homem que cria a menina desde os dois anos de idade.
Após revelação da garota, a família procurou a delegacia. Segundo a menina, a aproximação do suspeito aconteceu há 2 meses. A família começou a desconfiar do comportamento do homem quase 40 anos mais velho que passou a ligar constantemente para a família para saber como a criança estava. Traumatizada, ela não frequenta mais a escola.
Esse não foi o único baque sofrido pela família nos últimos meses. Uma adolescente que é meia-irmã da menina de 11 anos se viu obrigada a morar com o pai após ter sido violentada desde os nove anos de idade. "Um padrasto fazer isso? Isso não é certo para a gente. A gente fica sentida", disse a menina de 14 anos.
A adolescente sofria calada porque tinha medo. "Ele falava que, se eu contasse para a minha mãe, ele iria inventar mentira e, se ele fosse preso, iria querer me matar, matar minha família. Eu contei para o meu pai porque, se eu contasse para a minha mãe, ela não acreditaria em mim", contou a adolescente.
A mãe e madrasta das vítimas busca uma explicação para o que aconteceu. "Eu não sei porque isso aconteceu na minha família. Acho que é maldição, só pode", concluiu a mulher.
Fonte: Folha Vitória
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