Quatro pessoas foram presas nos estados do Ceará e Paraíba apontadas como suspeitas de envolvimento nos assassinatos do vereador Amarílio Pequeno da Silva e José Alves Bezerra, o Dedé da Civil ocorridos na noite do dia 20 de setembro quando estavam em um restaurante na Praça do Triângulo Crajubar. O quarteto foi identificado apenas como Rocifran, Chico do Rio de Janeiro, Samuel Rosendo e Francisco Flávio Moura.
As prisões se deram no período da tarde em Mauriti e Conceição (PB), que faz divisa com a região do Cariri. O comboio chegou por volta das 22 horas desta sexta-feira trazendo os acusados recambiados por oito delegados e 15 policiais militares em viaturas das polícias civil e militar de Missão Velha, Caririaçu, Mauriti e Juazeiro do Norte. Os policiais levaram consigo mandados de prisões preventivas expedidos pela justiça juazeirense.
A polícia e os acusados foram recebidos por um verdadeiro batalhão de repórteres e muitos curiosos que começaram a chegar antes mesmo do sol se por. O trecho em frente à 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil teve que ser fechado e o trânsito monitorado por agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran). Chico do Rio de Janeiro foi o primeiro a descer e passar em frente aos fotógrafos e cinegrafistas, mas com o rosto coberto pela camisa próximo ao seu advogado Francisco Nóbrega.
Os demais estavam cabisbaixos e foram levados direto para a carceragem da delegacia. No rápido contato com o repórter Normando Sóracles, Chico negou envolvimento no duplo homicídio procurando descartar a tese da polícia que teria sido o responsável pela contratação do pistoleiro.
O nome do principal suspeito da execução é do baterista Rocifram que possui uma criança com a filha de Chico o qual teria ido aos prantos sem esconder o medo de ser assassinado. Após a colocação dos suspeitos nas celas, os policiais se deram as mãos e oraram por alguns instantes. Um dos mais eufóricos era o policial civil aposentado Germano que trabalho durante 15 anos com Dedé e fez questão se participar da operação. O Delegado Gustavo Augusto não quis adiantar detalhes para a imprensa.
Há informações, entretanto que os acusados teriam alugado uma casa no centro de Juazeiro do Norte, onde se refugiaram após os homicídios. Esse imóvel estaria fechado e a polícia vai abri-lo ante a suspeita de que as motos usadas nas fugas dos três indivíduos ainda estejam ali guardadas. Para a polícia, o caso está desvendado e novas prisões deverão ocorrer nas próximas horas. O momento é para a coleta de provas e novas evidências.
A hipótese trabalhada pela polícia é a de que Chico do Rio de Janeiro tinha conhecimento de toda a trama criminosa. Rocifran era genro dele e, após o crime, voltou a residir em Mauriti. Chico fez Cooper com Amarílio na Praça do Giradouro, sentou à mesa com o mesmo e, depois, teria sido visto na casa onde morou o genro no Bairro Lagoa Seca em Juazeiro mesmo tendo sepreocupado em afirmar que estava sem falar com a filha.
Rocifran queria que o advogado Irlando Linhares fosse o padrinho de batismo do seu filho, mas a mãe não aceitou e, mesmo assim, ficaram se tratando como compadres. A polícia não comenta sobre o envolvimento de Irlando, mas sabe que as suas relações de amizade e negócios com Amarílio Pequeno estavam estremecidas. Nem o vereador foi ao seu casamento e nem este ligou para dar os pêsames a esposa da vítima. Na data do crime, o mesmo se encontrava em lua de mel no exterior.
Chico foi vereador em Santana do Cariri, dono de restaurantes em Juazeiro, sendo um deles o do Parque São Geraldo e promovia eventos artísticos. Ele esteve no hospital na noite do duplo homicídio, nos sepultamentos de Amarílio e Dedé e levou o seu abraço de condolências a esposa do vereador.
Fonte: Miséria
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