MAJOR CASTELO BRANCO
Por Sd PM J Júnior
Fonte: Sd Glaucia (Link abaixo) via jornal de hoje
Eis uma questão que tem provocado polemica no âmbito da corporação policial militar do Estado do Rio Grande do Norte e também noutras polícias pelo Brasil afora, afinal são vinte e seis Estados mais o Distrito Federal, que têm as suas próprias policias ostensivas. O serviço policial é de dedicação exclusiva e exige uma dose espetacular de esforço, empenho e desempenho.
Pois bem, durante a carreira de um militar estadual, que diga-se em primeira instância, é árdua, conflitiva, estressante e além de tudo, arriscada, tal militar, seja ele oficial ou praça, deve estar ciente de que tem por dever trilhar um caminho de pelo menos trinta anos de efetivo serviço. De fato, depois deste tempo, tendo passado por uma vasta experiência de trabalho e que com certeza, terá servido pelo menos em cinco unidades diversificadas, exceto se for especialista tal como músico, médico, dentista, enfermeiro etc, chega o homem à exaustão pelo trabalho realizado. Muitas das vezes os serviços são de vinte quatro horas ininterruptas, ou nas outras atividades também não menos estressantes. O serviço de polícia ostensiva é muito puxado.
Então, o que seria melhor para um integrante da Polícia Militar depois de, com muita sorte, conseguir alcançar aos seus sonhados anos de conclusão de trabalho, sem ter sido ferido, agredido, às vezes vilipendiado ou mesmo processado, o mais comum, em virtude dos ossos do ofício cotidiano? Ir para casa com direito ao seu merecido repouso, do lar com os seus no aconchego da família, é o que todos almejamos, ou ficar numa espécie de permanência inoficiosa, agregado ao setor de pessoal da instituição, sem função específica?
De nossa parte, com certeza, ao longo dos nossos quase vinte anos de serviço, a maior parte deles realizado nas ruas, nos escritórios transmudados de viaturas com escrivaninha de bordo e um rádio alerta às ligações ao centro de operações policiais que nos levam direto ao socorrimento e ao atendimento de ocorrências ou a quem mais precise, preferimos a primeira hipótese, até porque, depois de trinta anos de efetivo serviço ostensivo de segurança pública, é necessário que saiamos, descansemos e desta forma, desocupemos lugares que propiciarão aos demais que vêm logo abaixo, oportunidade de desempenharem também a sua parte no processo democrático do exercício da segurança ostensiva.
Mas eis que acontece que tem pessoas que creem que nada mais podem fazer ao acabar o exercício árduo da atividade policial. Ledo engano. Na verdade, a carreira de um policial militar é uma das mais puxadas no mundo do trabalho, todavia, nem por isso devemos pensar que nada mais podemos fazer, pelo contrário, ao chegarmos perto do que chamamos hoje de melhor idade, onde encontraremos mais tempo, o mundo se abre para nós. Depois deste tempo de labor, podemos viajar, ter novas experiências, estudar, enfim, desenvolver mais de mil atividades que podem transformar para melhor, nossas vidas.
Faltando apenas doze anos para completarmos nossa jornada na Policia Militar, a qual com muito orgulho e fervor servimos até agora, porque lidamos com o que gostamos, já começamos a traçar planos para o nosso futuro que somente à Deus pertence. Com certeza, ao completarmos nosso tempo de aposentadoria, certamente, iremos tomar o caminho do merecido repouso, até porque achamos que fazemos jus a isso. A não ser, a priori, se estivermos ocupando um cargo do tipo comando geral, ou dos grandes comandos dos quais fazem parte o Comando do Policiamento do Interior, Comando do Policiamento da Região Metropolitana ou mesmo os Comandos de Policiamento Regionais ou ainda numa outra função de Estado.
Não estaremos esperando agregados numa espécie de permanência inoficiosa onde estaremos ocupando vagas e não cedendo espaço para os mais jovens, com novas ideias, que com certeza, com a devida oportunidade, farão crescer a Corporação Policial Militar, tanto quanto os mais antigos fizeram ao longo destes 178 anos de existência. Pois o nosso lema diz: Vigilantis Semper, mas com o devido e merecido repouso depois do tempo de efetivo serviço.
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